Refletindo sobre frustração no desenho



Enquanto fazia esta ilustração acima, assim como a menina, percebi que não era exatamente o que eu estava procurando quando pensei em desenhar esta cena. E isso acontece muito frequentemente com muitos artistas que se frustram por não conseguir passar para o papel a exata imagem de sua imaginação. Se você considerar isso uma tarefa possível apenas para os deuses, acredite, você não ficaria tão neurótico.

Existem imagens que você fica satisfeito, super feliz, que quer mostrar para o mundo todo e imagens que não, que dão tanta vergonha que dá uma vontade enorme de enfiar o desenho numa gaveta e esquecer que ele existiu, não é mesmo? Porém, o que fazer quando isso acontece? Resolve ficar nervoso e se sentir um fracasso, desistir da arte? Abrir mão de algo que você gosta por motivos assim é algo muito mimado da pessoa, imagino eu. É uma questão de ego. Você não quer que os outros vejam que você errou, porque no fundo, sabe que pode fazer melhor.

Bem, e o que fazer então? O que eu faço quando isso acontece é terminar a obra de um jeito ou de outro, pode ser de forma simples como na ilustração acima (um brush azul e fim de papo) ou pode ser que eu tenha investido algumas horas em uma única peça e não gostar no final. Acontece.

Eu costumo encarar bem o desenho e me questiono coisa como: "O que foi que eu não gostei? Foi da composição? Da pose? Das cores? Da luz e sombra? Da perspectiva?" 

No caso desta imagem, não gostei de como a pose das mãos e o cabelo se comportaram no fim.

Depois penso no que eu poderia ter feito para resolver de uma forma melhor. Poderia ter escolhido o tipo de cabelo antes de desenhar boa parte do rosto, se ele seria cacheado ou liso. E as mãos ficaram escondidas demais, talvez fosse melhor usar uma foto de referência neste ângulo, ou seja, gastar umas horinhas investindo nisso.

Por fim, me resta a seguinte pergunta: O que eu gostei? O que me agradou?

É importante termos um olhar mais otimista e gentil com o mundo e consigo mesmo. Beleza e feiura são subjetivos. Por isso, a importância de se perguntar o lado bom, se esforçar para ver algo que gostou ou aprendeu.

Serei bem sincera: Gostei muito do olhar semiaberto da personagem. Queria um ângulo que apresentasse mais as pálpebras do que o olho. Ficou perfeito? Não, mas gostei mesmo assim. A ilustração está super errada, em TODOS os aspectos? Também não, reconheço que a proporção e a expressão da personagem não estão horríveis, elas estão boas. Mas, jovem guaxinim, a arte é subjetiva. O que me agradou ou não pode ser completamente diferente a seus olhos. 

Então, se você não desistir da sua ilustração no meio do caminho esse tipo de leitura se torna muito mais fácil. Pensar: "da próxima vez eu acerto!" ajuda muito nesses momentos. Existem momentos em que eu abandono uma arte ou deixo ela para um depois que nunca chega. É difícil fazer essa avaliação, porque você não tentou o seu máximo para chegar pelo menos um pouco perto do que queria. A prática leva a perfeição pequeno guaxinim, tenha calma e constância que dá-se um jeito.

E vocês, como lidam com esse tipo de situações?  Ficaria feliz em saber.


 

Comentários

  1. Hummmm interessante! Gostei mto da expressão dela tbm! Se vc não tivesse falado eu nem teria percebido q tinha algo 'errado' com esse desenho. No meu caso se o desenho não sai, eu apago e começo de novo até acertar, oooou fecho tudo e vou fazer outra coisa pq é sinal de que preciso de um break. Otimo post!^^

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    1. Sim, fazer pausas no trabalho também é importantíssimo! Ficar teimando às vezes não ajuda muito XP Fico feliz que tenha gostado do tema do post :D

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